quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sincretismo

Ontem os israelenses comemoraram a chegada do Ano 5.771, ou Rosh Hashaná (Cabeça do ano, em hebraico). A data é comemorada com um  feriado de quatro dias que abre um período religioso de dez dias e termina com o Yom Kippur (Dia do Perdão). Conforme noticiado pela Agência Estado, a data foi comemorada em Israel num clima de pessimismo em relação a retomada das negociações diretas de paz com os palestinos, patrocinadas pelos Estados Unidos.
Me interessei pela cultura judaica na adolescência quando era apaixonada pelo meu professor de Filosofia que era judeu. Passava tardes e tardes no Centro Cultural Vergueiro, com a Katia lendo livros e mais livros sobre judaísmo. Me encantei pela religiosidade inerente a este povo, pela história densa e fértil e pela capacidade de preservação ante a tantas perseguições e conflitos. 
Este ano tive o prazer de assistir a peça A Alma Imoral, com a magnífica 'judia-budista' Clarice Niskier, numa viagem para dentro de nós mesmos baseada no livro de mesmo nome do rabino Nilton Bonder. De uma certa forma o judaísmo sempre perpassa não só a minha vida, mas a de todos nós, assim como as ondinhas que pulamos no nosso Ano Novo tem sua origem nos cultos aos orixás (Odoya Iemanjá!) e os cânticos de Hosana são cantados em inúmeras igrajas cristãs católicas ou protestantes. 
O que estou querendo dizer com tudo isso é que está cada dia mais nítido para mim que religiosidade indepede de religião e que sim, é possível acreditar em Deus ou em Alá ou em Jeová ou em Jesus porque ELE tem tantos nomes quanto o número de línguas que seus filhos falam pela Terra. E que será difícil chegarmos a qualquer acordo entre povos enquanto não nos dermos conta de que somos TODOS irmãos, filhos do mesmo Deus. E que eu não sou melhor do que você, nem minha terra é melhor que a sua porque na minha tem água e na sua petróleo. 
Posso estar sendo um pouco visionária, sonhadora, mas prefiro continuar pensando assim e me conectando a outros que pensam desta forma do que passar o resto dos meus dias acham que poderia fazer alguma coisa e sofrendo de frustração por não fazer. Por isso me esforço todos os dias para ser melhor, ao acordar tenho muitas opções, e opto em ser feliz e útil. Temos motivos demais para sermos infelizes, doentes e inconscientes, e eu prefiro fazer a diferença a sucumbir aos apelos do comodismo, da tristeza e da descrença. 

Por isso, Feliz Ano Novo judaico a todos os meus irmãos sobre a Terra!

Que possamos comemorar todos os Anos Novos e todos os dias Santos de todos os povos (confiram o calendário que a Ale posta sempre no começo do mês!) e assim teremos muito mais sorrisos do que lágrimas.

Namastê!

Dani Ferrari

Um comentário:

  1. Aquela luz e shana tova!!!
    5771...agora vai! rsrs
    Bjo-bjo,
    David

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