Neste último domingo comemoramos o Dia do Perdão, o dia zero do calendário Maia e em muitos veículos tem-se falado sobre o Perdão, seus benefícios e seus desafios. Perdoar é bom, todo muito sabe quase intuitivamente disso, mas o que se percebe de mais desafiador neste ato, que deveria ser bem natural, é que perdoar exige um dolorido movimento de mudar o foco da nossa vida do outro para nós mesmos... Não se deve perdoar o outro por merecimento, pelo contrário, o perdão gera um sentimento que anda meio esquecido entre nós, a compaixão. Neste sentido, perdoar alguém é um movimento que deve partir necessariamente de quem perdoa, independente de quem recebe o perdão ter se arrependido ou mudado. Falo da mudança de foco porque percebo que olhar para fora, julgar, esperar uma atitude ou transformação do outro é muito mais fácil do que olhar para nós mesmos e para as nossas próprias mazelas. Embora parta do principio de que somos todos Um, nos manifestamos e percebemos a vida diferente, por isso jamais podemos esperar nada de ninguém porque não somos capazes nem de saber quem realmente somos e porque estamos aqui (ou este não é o maior questionamento de todos nós?).Este perdoar ao qual me refiro é o perdão do dia-a-dia, daquelas situações corriqueiras, com as pessoas mais próximas, que se não ficamos atentos transformam-se em fardos imensos que nos causam doenças e infelicidade.
O perdão não é mais um artifício exclusivamente divino. Percebemos ao longo do tempo e graças as transformações filosóficas e teológicas da história que o perdão divino é necessário, mas que o perdão praticado entre as pessoas não só é possível como muito eficiente. Porque por muitas vezes escondemos nossa dor, nossa raiva e nossa frustração nos confessionários dos templos que freqüentamos e esquecemos de trazer para a nossa vida esta prática que nos alivia. Perdoar é um gesto edificante em si porque pressupõe muito Auto-conhecimento e Amor. Amor próprio, amor ao próximo e amor a própria vida, porque não há nada mais nocivo a nós mesmo do que carregar o amargo fardo da raiva ou da mágoa cravados em nossos ombros já cansados por tantos desafios.
Namastê!
Dani Ferrari
Dani, adorei o texto! Queria até ler a matéria que está na Veja sobre isso. Perdoar é muito difícil mesmo. Nada pior do que carregarmos a mágoa... Um beijo da Carol, que está chegando nos 30!
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